Ao escolher entre um voo direto e um com conexão na hora de comprar uma passagem, a decisão pode não ser tão óbvia como parece. Isso se deve a um novo sistema que está em fase piloto após negociações entre a Embratur e as companhias aéreas: o stopover.
Embora seja bastante comum em voos internacionais, o termo "stopover" refere-se a uma conexão planejada, na qual o passageiro pode passar um período em uma cidade intermediária. Nas viagens longas, as empresas aéreas geralmente fazem escalas, nas quais os passageiros permanecem no mesmo avião, ou conexões, quando é necessária a troca de aeronave no aeroporto.
Com o stopover, há a oportunidade de explorar a cidade da conexão. Por exemplo, um voo de Portugal pode fazer uma parada no Brasil antes de seguir para a Argentina. Se o viajante tiver tempo disponível, pode optar por ficar e explorar uma cidade brasileira.
"Queremos encorajar quem chega por São Paulo, Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul a descobrir outros lugares. Nosso objetivo é que o turismo internacional impulsione mais recursos, criando mais empregos e renda. Quanto mais tempo o turista passar aqui e quanto mais gastar, melhor para nossa economia", destaca Marcelo Freixo, presidente da Embratur.
As negociações com as companhias aéreas acontecem em um momento em que a oferta de voos internacionais para o Brasil está aumentando novamente. Em 2023, foram registrados 64,8 mil voos, de acordo com dados da Embratur. Esse número é equivalente ao registrado em 2019, antes da pandemia de Covid-19 impactar a economia global e praticamente paralisar os setores aéreo e de turismo.
Um projeto-piloto do stopover já está em andamento em Brasília. Latam e Gol estão permitindo que os turistas permaneçam mais dias na conexão na capital federal pelo mesmo preço do bilhete. "Queremos facilitar para o turista estrangeiro viajar internamente a um custo mais acessível. As companhias ganham, o estado ganha, a economia se fortalece, é um ganha-ganha para todos", afirma Freixo.
Para a Embratur, esse novo sistema não traz prejuízos para as empresas e pode, na verdade, ser um atrativo para o Brasil.
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