Na divulgação de seus resultados financeiros de 2023, a Airbus, líder global na fabricação de jatos comerciais, revelou seus planos de lançar uma nova geração de aeronaves. Este movimento visa substituir os renomados A320, que solidificaram a posição da empresa europeia no cenário da aviação mundial e recentemente ultrapassaram os Boeing 737 como os mais vendidos globalmente.
Confira o resultado na íntegra aqui.
A nova linha de aeronaves está programada para entrar no mercado até a década de 2030. Inicialmente, consistirá em dois projetos distintos: um avião de menor porte, com capacidade para voos de até 1.600 quilômetros e alimentado por hidrogênio; e outro destinado a rotas de curto a médio alcance, utilizando o chamado "combustível de aviação sustentável", conforme informou Guillaume Faury, CEO da Airbus.
O mercado de aeronaves de corredor único é crucial para a aviação comercial, representando os maiores lucros tanto para a Airbus quanto para a Boeing. Embora as duas empresas tenham mantido um duopólio neste setor por décadas, a balança tem pendido cada vez mais a favor da Airbus nos últimos anos. A crise em torno do modelo 737 Max prejudicou significativamente a Boeing, deixando-a em desvantagem perante a Airbus e seu A320.
Com o desenvolvimento do motor movido a hidrogênio, a Airbus planeja ingressar inicialmente no segmento de aeronaves menores - com capacidade para cerca de 100 passageiros - para, em seguida, expandir para jatos maiores, dependendo do "sucesso ao longo do tempo", conforme destacou Faury.
O próximo marco crucial será a seleção do sistema de propulsão, com detalhes finais, como tamanho e mercado-alvo, previstos para serem definidos por volta de 2025 ou 2026, e um lançamento oficial estimado para o período de 2027 a 2028, acrescentou ele.
O sucessor da série A320 será uma plataforma completamente nova e tem previsão para entrar em serviço na segunda metade da próxima década. A capacidade de assentos para esses modelos pode variar de cerca de 140 a 240 pessoas, dependendo do subtipo e configuração.
Nos últimos anos, tanto a Boeing quanto a Airbus optaram por desenvolver variações cada vez mais avançadas de seus jatos de corredor único. No entanto, parece que a capacidade de remodelar essas estruturas está se esgotando, o que motiva a Airbus a projetar uma nova família de jatos do zero.
O avião mais recente totalmente novo da Airbus é o A350 de fuselagem larga, que se baseia fortemente em materiais de fibra de carbono, em linha semelhante ao Boeing 787 Dreamliner, que entrou em operação no final de 2011.
O design da próxima família de jatos da Airbus dependerá da seleção do motor, acrescentou Faury. A Airbus está considerando uma arquitetura para o sucessor do A320 que inclui um motor de rotor aberto, substituindo o mecanismo convencional a jato por um movido por grandes lâminas.
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